Os Grupos de Afinidade e o Isolamento Social

retângulo vermelho com textos em branco e foto de Fredy Figner

Cada um de nós teve uma percepção diferente desta pandemia e de como ela nos afetou psicologicamente. De uma forma ou de outra, todos ficamos “entocados” por este momento.

Pessoas do grupo de risco estão isoladas por muitos e muitos dias dentro de casa. O que não é fácil. Ficar isolado nos afeta de várias maneiras, onde o tédio, ostracismo e falta de movimentação do corpo podem impactar em nosso sono pela pouca energia gasta, causar stress por muitas horas na frente dos computadores e gerar sentimentos de solidão e medo irracional.

Sair do ambiente seguro pode gerar medo, angústia e ansiedade, já que muitas pessoas se esforçaram para adaptar o seu estilo de vida e experimentaram uma nova realidade psicológica, seja trabalhando, estudando, se divertindo vendo lives (transmissões ao vivo), realizando compras pela internet ou participando de aulas de ginástica e meditação através das redes sociais.

Partindo deste contexto, podemos nos perguntar:

Como estão os grupos de afinidades (pessoas com interesses em comum), que já vivem uma espécie de isolamento sociocultural, neste momento de isolamento em tempos de pandemia? Como será que as pessoas em cadeira de rodas, egressas do sistema prisional, cegas e da comunidade LGBTQIAP+ que sentem-se excluídas estão lidando com este momento de isolamento social?

Na minha percepção, grupos de apoio (amigos, religião, parentes, etc.) são fundamentais para manter a conexão com as emoções positivas, fé, esperança, otimismo e o acolhimento. São estas emoções que nos nutrem, que vão elevar a vontade de seguir em frente e ver possibilidades e oportunidades em meio a tantos desafios. É o olhar do otimismo e sabendo que as coisas tendem a se resolver com o tempo. Mas que este tempo não seja de sentimento de solidão.

A solidão pode ter muitos efeitos negativos! O isolamento pode ruminar ainda mais a sensação de exclusão que alguns grupos de diversidade e inclusão já se deparam constantemente.

Infelizmente, ainda temos muito o que desenvolver enquanto sociedade visando equidade entre o universo da diversidade. E neste período, caso sinta angústia tristeza, medo, insegurança e falta de apoio, peça ajuda! Pedir ajuda não é um ato de fraqueza, mas de coragem.

O autocuidado como alimentação saudável, atividades físicas e meditação para aliviar o stress ajudam e muito. E em caso de perceber muita dificuldade em lidar com este momento, recorra a ajuda psicológica.

Uma coisa é fato: todos somos seres humanos e estamos cada um à sua maneira lidando com este momento. E a coisa mais importante no momento é cuidar de si e manter a sua saúde em alta.

Fredy Figner é psicólogo clínico e organizacional. Há mais de 17 anos, atua no desenvolvimento de pessoas e empresas. Com MBA em Gestão Estratégica de Treinamento e Desenvolvimento e com formação em Coaching/Mentoring e Practitioner em PNL, ministra treinamentos e palestras. Também é arteterapeuta e especialista em jogos de T&D.