O que quero é ser feliz!

retângulo amarelo com textos em preto e foto de Sheila

Minha vida foi uma verdadeira batalha constante. Meus pais sempre me falavam: “viver não é fácil”. Mas a vida é algo maravilhoso e que vale a pena aproveitarmos cada segundo dela.

Ao longo da minha vida, sempre fui cheia de sonhos. Mas nunca fui sonhadora e sim uma lutadora pelos meus objetivos, pelos meus ideais, pois de uma coisa eu tenho certeza absoluta: eu não nasci com paralisia cerebral à toa!

Meu diagnóstico não muda nada em minha vida, pois a deficiência só é uma condição e nada mais. Tenho a plena consciência de que não sou capaz de viver 100% do tempo feliz. E quem consegue? (risos). Então, faço o possível para ter muito mais momentos felizes do que infelizes. De uma coisa tenho certeza: felicidade ou infelicidade não está relacionada à minha paralisia cerebral.

Hoje em dia, virou uma verdadeira modinha falar de inclusão. É até bonito dizer a palavra “inclusão”. Você sabia que o Brasil é o país onde mais existem leis para pessoas com deficiência? Somos 45 milhões de pessoas com deficiência, ou seja, 24% da população têm algum tipo de deficiência. Mas, mesmo com esses números, pessoas com deficiência e famílias com filhas ou filhos com deficiência lutam incansavelmente por uma inclusão de qualidade.

Meus pais sempre foram meus heróis. Lutavam pelos meus direitos com toda garra. Eu costumo dizer que o amor deles foi a chave das portas que me permitiram passar, mesmo com todo obstáculo, discriminação e preconceito enfrentados.

Minha inclusão se iniciou dentro de minha própria casa. Sou filha mais velha de uma família de 3 irmãos. Minha irmã é somente 2 anos mais nova que eu e meu irmão, 8 anos mais novo. O legal é que sempre fomos tratados iguais. A única diferença é que eu precisava de tratamentos de reabilitação. Mas será que todas as crianças com deficiência são tratadas exatamente igual às demais?

Sempre estudei em escola regular. Minha adolescência foi uma farra. Fiz vários amigos e nunca me vi diferente de ninguém. Por muitos anos fui profissional de RH. Hoje, atuo exclusivamente como palestrante, pois senti na pele a necessidade de fortalecer, ensinar e transformar pessoas.

Enfim, isso é um pouquinho sobre mim. Eu acordo todos os dias para ser feliz! E você?

Sheila Cassin tem 43 anos, é palestrante e autora de livro. É psicóloga de formação e nasceu com paralisia cerebral. Tem pós-graduação em Gestão de RH e Psicologia Organizacional e escreveu o livro “Desistir, por quê? Se eu posso continuar!”.