O quão inclusivo somos de verdade?

retângulo roxo com textos em branco e foto de Renata

Sou uma mulher branca de 46 anos, tenho uma filha de 22, e, aos 43, me apaixonei por uma outra mulher. Esse acontecimento, até então inédito, mas tão feliz, me fez sentir o preconceito pela primeira vez. Será que o ser humano só é capaz de exercitar sua empatia pelo outro quando de fato vive uma experiência pessoal?

Estamos passando por um ano marcante no qual temos a oportunidade de rever valores e entender que a união é nossa maior força! Precisamos deixar de lado as diferenças físicas, sociais, de gênero, de cor, de raça, de crença e de ideologia, para que possamos avançar, juntos, em direção a uma inclusão social efetiva. Não há mais espaço para a segregação.

A ideia de uma sociedade inclusiva nasce da união de políticas públicas aliadas a regras mais inclusivas nas contratações, somadas à aceitação do outro. Fundamental também é a criação de metas que possibilitem não só o ingresso no mercado de trabalho, mas que validem a efetiva permanência do contratado.

O Brasil ainda tem muito a crescer quanto à promoção de ações e leis que acabem com a exclusão social, mas isso não nos impede de agir, desde já, onde temos condições de operar verdadeiras mudanças.

Já foi comprovado que, em ambientes de trabalho com a presença de indivídos diferentes entre si como idosos, negros, pessoas com deficiência, membros da comunidade LGBTQIA+, há aumento da criatividade, bem como de soluções inovadoras. Além disso, a motivação dos trabalhadores aumenta na medida em que percebem que as oportunidades estão ali pra todos.

No entanto, a verdade é que a diversidade nas empresas ainda está longe de ser uma realidade que possa ser comemorada. Por isso, se estamos em situação privilegiada nesses ambientes, precisamos contribuir para colocar um fim à discriminação em processos seletivos.

Nosso esforço precisa ir além dos nossos locais de trabalho. Em nossos círculos íntimos, também é preciso um olhar de acolhimento e respeito às diferenças. Devemos nos perguntar se de fato aceitamos as diferenças entre as pessoas mais próximas de nós e ter consciência do papel fundamental que temos ao cobrar de toda a sociedade a garantia de direitos iguais.

É preciso que a luta pela inclusão seja uma constante e um desejo de todos. Não é uma escolha, e sim um dever.

A recém eleita vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, disse em um dos seus discursos que “não há vacina contra o racismo, que somos nós que temos que fazer este trabalho”.

Vamos ser todos Kamala, vamos nos unir e trabalhar juntos para que possamos viver num mundo mais inclusivo, mais justo e mais feliz!

Renata Dumont é formada em Comunicação Social com 20 anos de experiência no mercado audiovisual. Iniciou sua carreira em Brasília na produtora Cara de Cão. Em São Paulo, foi responsável pela expansão da produtora Hungry Man no Brasil e passou pela Delicatessen Filmes e Boiler. Há um ano, assumiu a produção executiva da produtora Stink films.