A Nova Economia Inclusiva

retângulo azul com textos em branco e foto de Marcelo

Entendo que a nossa história sempre foi muito despreocupada com o assunto inclusão ao longo da vida. A Nova Economia Inclusiva é um novo modelo de visão sobre o que sempre foi esquecido. Pessoas marginalizadas neste momento têm que entrar no jogo. Não dá mais para as empresas criarem somente os produtos para uma minoria de privilegiados. Na Nova Economia Inclusiva, todos se preocupam com todos.

O primeiro passo para que a empresa se perceba não inclusiva é um exercício de autopercepção, chamamos de “Teste de Pescoço”. Paramos no meio da sala da corporação e olhamos 360 graus para ver quem está do nosso lado. Se a maioria for parecida conosco, significa que ainda estamos vivendo a velha economia. A mudança começa com duas palavras: “propósito” e “valores”. Importante, antes de iniciar um trabalho desse de virada de chave, é ver a verdadeira intenção na inclusão e diversidade. Um exemplo é quando a empresa trabalha a inclusão só para cumprir a cota. Primeiro, tem que alinhar a intenção. Já os valores precisam ser mudados: do desejo da igualdade, valor ainda da velha economia, para o da equidade, valor da nova economia. E mais, da competição para a cooperação; da objetividade para o respeito nas relações.

A pandemia veio para acelerar o processo da Nova Economia Inclusiva. Importante dizer que hoje, com a maioria da população mundial confinada em suas casas e apartamentos, se tiverem a devida atenção, vão perceber o desafio que uma pessoa com deficiência tem na vida. Uma boa oportunidade de exercitar se colocar no lugar do outro.

A empresa que ainda pensa em desenvolver seus produtos somente a um grupo de pessoas privilegiadas torna definitivamente o modelo de velha economia. Sabendo-se que nossa demografia é muito diferente disso, a empresa da Nova Economia Inclusiva tem por obrigação entender, se aproximar e se apaixonar por todos e todas as pessoas que habitam neste planeta. Somos em 10% LGBTQIA+; 25% pessoas com deficiência; 52% mulheres; 56% afro descendentes. Por isso que o teste de pescoço é tão fundamental ser feito a cada dia.

Acredito que se a maioria das empresas ingressarem com a cultura da inclusão e diversidade até a nossa economia aquece. Pois, muito mais pessoas serão atendidas e servidas pelas empresas a partir do momento que eles se apresentarem com o verdadeiro interesse pelo próximo.

Marcelo Pires é palestrante, educador andragógico e conferencista. CEO e Fundador da Consolidar Diversidade nos Negócios, que desde 2008 ajuda organizações a revelar a essência humana nos negócios com a perspectiva de D&I e Cultura Inclusiva.